domingo, 30 de janeiro de 2011

Unfair

É tão injusto. Tudo a minha volta. O mundo que eu vivo, as coisas que eu sou obrigada a fazer, a vida que tenho. As vezes me questiono se, em outra vida - se isso existe mesmo - eu não fui uma pessoa muito má para sofrer tudo isso que eu sofro. Nada faz sentido de verdade. O modo como as pessoas passam mais de quinze anos estudando, para ter algum futuro melhor, mas mesmo assim, esquecendo noventa por cento das coisas que teve que aprendeu e/ou decorar em todos aqueles anos. Como tantos tem tanto e outros tem tão pouco. Como pessoas boas e/ou de famílias boas morrem todos os dias, vítimas de coisas horríveis, deixando várias pessoas tão tristes e as vezes, até pior que a própria vítima. Há tanta dor, tanta injustiça. Há tanta perda de tempo, coisas inúteis. As vezes a unica pergunta que me encontro fazendo é o que Deus estaria fazendo agora. Enquanto milhões sofrem tanto, morrem sem merecerem. E eu sofro. Tanta. As pessoas que eu devia amar tanta, eu odeio por me fazer viver isso. Não porque as culpo, mas porque sei que se isso for a um fim elas vão sofrer e mal posso aguentar a imagem. E enquanto isso, idolátro e amo pessoas que nem ao menos conheço de verdade e que provavelmente nem tem noção da minha existência, que me deixariam morrer, mesmo sabendo que morreria por eles. E tudo que eu posso escutar é o seu choro. Tão alto. As vezes, até parece forçado. Só para me por para baixo. E é ai que aumento o volume da música. Quando uma música toca nos meus ouvidos, é como se o mundo não fosse tão idiota e injusto, os problemas vão embora e tudo que resta são poesias, ritmos e algo muito maior que qualquer coisa que já falei. Amor. Algo que não é fácil encontrar hoje em dia, já que as pessoas se tornaram como o seu mundo: frias e injustas. Eu queria ser assim. Poder fechar todos os meus pensamentos sufocantes, não sentir absolutamente nada. E então, tudo ficaria tão lindo. O céu teria cor, os pássaros cantariam, pessoas sorririam não por dever e não haveria lágrimas. Não isso não seria algo infinito. Um dia, você sentiria vergonha de si mesmo por ser tão frio. Todos sentem, um dia. Por ignorar aqueles que te ama tantos, sem dar amor de volta. Por perceber que aquelas pessoas que sorriam ao seu redor, na verdade, são tão frias e sem sentimentos quanto você. Todos são robôs. Manipulados. Estrelas de uma novela ridícula de drama. Atores. Falsos, frios e injustos. Assim como o mundo que vivemos, suas regras, suas obrigações e o diretor de toda essa estupidez. Porque, não como uma novela errónea, que no final de todo o sofrimentos todos ficam felizes, nós apenas morremos, deixando outros para estrelar e sofrer, as vezes, mais do que nós mesmos.

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